VERSÕES DA BÍBLIA



QUAL A MELHOR TRADUÇÃO EM PORTUGUÊS DA BÍBLIA?



APRESENTAÇÃO

Muitas pessoas já me fizeram essa pergunta. Tanto pela internet como pessoalmente. Eu trabalho em uma livraria evangélica e essa pergunta é muito frequente. Tenho certeza que você já ouviu essa pergunta entre amigos, no trabalho, na faculdade ou na igreja. Eu percebo que as pessoas têm respondido essa pergunta de maneira errada. Outras têm desprezado alguma versão dá Bíblia em português por simples falta de conhecimento e sabedoria. Nesse texto irei responder perguntas como: Qual é a melhor versão em português da Bíblia? Qual é a mais fiel aos textos originais? Qual é a mais fácil de entender? Porque existe tantas versões nos dias de hoje? Eu sou Natannael Oliveira e vamos para O QUE A BÍBLIA DIZ.


DEDICAÇÃO

Dedico esse texto ao Eurivan Cordeiro e muitas outras pessoas que já me enviaram essa pergunta e tem cooperado com os conteúdos dessa página.


INTRODUÇÃO

A melhor tradução da Bíblia é aquela que se conserva fiel ao texto original, e ao mesmo tempo consegue transmitir o sentido principal pretendido por ele. Em boa parte dos casos as diferentes versões disponíveis do texto bíblico cumprem esse quesito de forma satisfatória.
Pelo fato de existir uma grande variedade de versões, muitas pessoas ficam em dúvida sobre qual a melhor tradução da Bíblia disponível a qual devemos adotar. Para tentar responder a essa pergunta, vamos considerar alguns pontos importantes sobre as traduções bíblicas.


1. HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES

As traduções da Bíblia
O texto bíblico foi traduzido desde muito cedo. Ainda nos tempos do Antigo Testamento, alguns textos das Escrituras já eram traduzidos para atender necessidades específicas da época. A primeira grande e importante tradução bíblica foi a Septuaginta, que traduziu o texto do Antigo Testamento do original hebraico (e alguns trechos em aramaico) para o grego.

Pela predominância do idioma grego, e por ter sido composta no período intertestamentário, a Septuaginta foi a principal tradução da Bíblia utilizada pela Igreja Primitiva, inclusive sendo citada pelos escritores neotestamentários em suas epístolas.

Depois, na era cristã, surgiram várias outras traduções bíblicas para atender os idiomas em que o Evangelho se expandia. Sem dúvida a tradução mais significativa desse período foi a Vulgata, que é a tradução da Bíblia para o latim feita por Jerônimo, e que com o tempo se tornou a principal versão utilizada no Ocidente.

Já no período da idade média, algumas pessoas também se dedicaram a traduzir os textos bíblicos para idiomas mais específicos, como foi o caso de John Wycliffe, que a partir da Vulgata Latina organizou um projeto de tradução para o inglês.

Martinho Lutero também traduziu a Bíblia para o idioma alemão, começando pelo Novo Testamento e concluindo com a tradução do Antigo Testamento num projeto bem mais complexo.

Para o idioma espanhol, foi feita a conhecida versão Reina-Valera, assim como para o português surgiu a tradução Almeida. Em 1611, surgiu também a importante versão da Bíblia em inglês, a King James Version, que combinou alguns textos já traduzidos por Wycliffe e Tyndale.


2. OS TEXTOS ORIGINAIS.

Não existem mais os textos originais escritos diretamente pelos escritores dos livros bíblicos. No entanto, cópias fieis foram feitas ao longo do tempo para replicar o próprio texto e também para preservá-lo, visto que as próprias cópias naturalmente se desgastavam com o uso.

Então, copistas fizeram copias dos originais, e depois cópias foram feitas de cópias, e assim por diante. Com base nisso, existe uma questão interessante relacionada ao texto grego do Novo Testamento e que é fundamental para se entender melhor os detalhes que diferenciam as traduções bíblicas disponíveis na atualidade. Na verdade, basicamente existem dois textos gregos:

A) O texto crítico: com base nos manuscritos mais antigos que se tem conhecimento;

B) O texto majoritário: com base na maioria dos manuscritos antigos, mas que datam de um período bem mais recente.

A grande pergunta a ser respondida é: qual desses dois textos é mais fiel aos originais? É bastante difícil responder a essa questão, especialmente porque não se sabe o motivo exato pela qual os manuscritos mais antigos foram preservados, visto que isso pode ter ocorrido ou porque eram muito fieis aos originais e por isso a Igreja os preservou, ou então por que eram discrepantes, e por isso foram guardados para que não fossem utilizados.

De qualquer forma, as diferenças entre o texto crítico e o texto majoritário podem ser consideradas como sendo mínimas, visto que tais diferenças não afetam de forma alguma os principais pontos da fé cristã e da teologia bíblica.

Como exemplos de tais diferenças, podemos citar: a frase final de Mateus 20.16: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”, que não aparece nos manuscritos mais antigo; a parte final do último capítulo do Evangelho de Marcos; a narrativa sobre a mulher adúltera no Evangelho de João, e diferenças no capítulo 5 de 1 João.


3. OS MÉTODOS DE TRADUÇÃO

Quando se fala na melhor tradução da Bíblia, também é preciso saber que existem dois métodos de tradução utilizados para traduzir a partir dos idiomas originais:

A) Equivalência formal: esse método traduz palavra por palavra do texto original adotando seu equivalente exato no novo idioma. Como por exemplo as versões: King James Fiel (KJF), Almeida Corrigida Fiel (ACF) e a Almeida Revista e Corrigida (ARC).

O problema em se adotar apenas a equivalência formal é que muitas vezes na tentativa de ser fiel ao texto original acaba-se perdendo justamente sua fidelidade, pois não traduz de forma correta o sentido real que o autor pretendia passar.

Um exemplo disso é Colossenses 3.12, onde o apóstolo Paulo escreve: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade”.

A palavra grega traduzida como “entranhas”, splagchnon, realmente significa “tripas”, “intestinos”, etc., e era muito utilizada, visto que naquela época as entranhas eram consideradas como sendo a fonte das emoções mais profundas e extremas.

Todavia, em nosso idioma, a melhor tradução para essa palavra seria algo como “profundos afetos de misericórdia” no sentido de se ter um coração pleno de compaixão.

B) Equivalência dinâmica: esse método traduz a frase original adotando a expressão equivalente de forma dinâmica no novo idioma, ou seja, diferente do método de equivalência formal, esse método traduz o sentido da frase e não palavra por palavra. Por exemplo as versões: Nova Versão Internacional (NVI), Nova Tradução da Linguagem de Hoje (NTLH) e Nova Versão Transformadora (NVT).

Quando se usa apenas a equivalência dinâmica de forma excessiva, sem ser podada com a os princípios da equivalência formal, corre-se o risco de também se obter traduções que se distanciam dos originais, ou mesmo de se perder o sentido principal de determinadas palavras.

Por exemplo, o livro do Apocalipse possui muita linguagem simbólica, e traduzir tudo de forma dinâmica pode prejudicar terrivelmente o sentido principal do texto, visto que é fundamental se preservar algumas designações do próprio texto a fim de compreendê-lo.

Ambos os métodos possuem seus pontos positivos, e talvez a melhor solução seja uma combinação cuidadosa de ambos, como por exemplo as versões: Almeida Revista e Atualizada (ARA), Almeida Nova Atualizada, Almeida Século 21 e Almeida Contemporânea.

Além disso, o uso maciço da equivalência dinâmica dá origem não apenas a uma tradução, mas a uma paráfrase do texto bíblico, que tenta expressar o conceito original na linguagem mais popular possível. Como por exemplo: A Mensagem e a Viva ou Nova Viva.


4. A MELHOR TRADUÇÃO EM PORTUGUÊS

Considerando tudo o que foi apresentado acima, pode-se dizer que isso dependerá do objetivo da leitura. Algumas traduções bíblicas disponíveis em português se baseiam no texto crítico, enquanto outras se baseiam no texto majoritário. Umas utilizam o método de equivalência formal e outras o método de equivalência dinâmica.

Tentando localizar onde essas versões da Bíblia se encaixam nos parâmetros de tradução discutidos acima, pode-se dizer, de forma bem simplificada, o seguinte: a Almeida Corrigida utiliza a equivalência formal de forma bastante extrema, ao contrário da Almeida Atualizada, que adota um método bem mais equilibrado.

Depois da Almeida Atualizada, podemos posicionar a NVI, como sendo uma tradução que tenta combinar a equivalência formal e a equivalência dinâmica. Já utilizando muito da equivalência dinâmica, temos a NTLH, e de forma bastante extrema, as versões Viva e A Mensagem.

Com base nessa classificação, cada leitor deve decidir qual a melhor tradução da Bíblia deve ser adotada de acordo com os objetivos pretendidos. Por exemplo, acredito ser muito complicado utilizar a tradução NTLH ou Viva para fazer a exposição do texto bíblico num sermão.

Particularmente, prefiro uma tradução que utiliza de forma equilibrada os dois métodos de equivalência, como é o caso da Almeida Atualizada e a Século 21. Com relação ao tipo de texto grego, também prefiro uma tradução que se baseia no texto critico, embora não considero que esse seja um ponto determinante. Como a Almeida Corrigida Fiel ou a King James Fiel.

Uma boa opção que também se aproxima dessas condições é a NVI. No entanto, também acho interessante que se tenha uma tradução da Bíblia numa linguagem mais popular, como a NTLH, especialmente para compará-la com traduções mais formais, como a Almeida Corrigida e a Almeida Fiel.


CONCLUSÃO

A maioria das pessoas utilizam uma única versão, porque a igreja que elas congregam determina que a melhor versão é aquela. Ou então as pessoas usam uma só versão porque é mais familiarizadas por ela. Acho tudo isso muito pessoal de cada um. Eu particularmente, gosto mais da Atualizada, mas uso outras versão sem problema. Como a Século 21, Almeida Corrigida e NVI. Porque utilizo a Bíblia para estudos e devocionais, por isso preciso de versões diferentes.

E você? Qual a versão que você mais gosta? E por quê? Deixa nos comentários sua opinião sobre tudo isso. Compartilha com seus amigos e com todos da sua igrejas.

Graça e paz!

Comentários

  1. A melhor tradução bíblica em minha opinião é aquela que mantem a fidelidade dos manuscritos originais com a maior precisão possível. Entendo que a melhor tradução em português é a Almeida Corrigida Fiel 2011 e a Biblia King James Fiel 1611 em Português pela BV Books , as melhores neste quesito por ter a melhor forma de tradução (Equivalência Formal) e melhores manuscritos o texto da reforma (Textus Receptus/Masorético).

    Mas tem quem prefira as versões modernas e ,
    Dentre as versões mais modernas que utilizam o texto critico , cujo muitos acham os manuscritos melhores que as traduzidas por equivalencia formal, eu quero destacar : A King James Atualizada em português da Sociedade Ibero Americana /ABBA Press. Uma linguagem extremamente clara com uma narrativa inspiradora e até certo ponto bem poética. https://bibliaportugues.com/kja/genesis/1.htm

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