SALVOS E CONDENADO



QUEM SÃO OS SALVOS E OS CONDENADOS?


EXPOSIÇÃO DE ROMANOS 8


APRESENTAÇÃO

Exposição do capítulo 8, da epístola do apóstolo Paulo, escrita para a(s) igreja(s) presente(s) em Roma, capital do antigo império romano.


INTRODUÇÃO

Acredita-se que a carta foi escrita em Corinto (Atos 18.18), por volta dos anos 55-60 d.C. e que provavelmente foi levada e entregue à(s) igreja(s) pela irmã Febe (Romanos 16.1-2).

Se algum livro canônico pode ser considerado um exemplo de teologia sistemática este livro seria Romanos. Nele Paulo trata de temas como Lei e Graça (Romanos 6 - 7), pecado (Romanos 1.18 – 3.20), justificação e fé (Romanos 4 – 5), ira de Deus (Romanos 1.18-32), judeus e gentios (Romanos 1 – 3; Romanos 3 – 8; Romanos 9 – 11), eleição (Romanos 9.1-29), santificação (Romanos 8), servidão em amor (Romanos 12), devoção e cidadania (Romanos 12 - 15) e muitos outros. A(s) igreja(s) para a(s) qual(is) a epístola foi enviada provavelmente era(m), em sua maioria, composta(s) por gentios (Romanos 1.13), entretanto, é provável que alguns conflitos tenham surgido pelo choque de cosmovisões de gentios e judeus que, agora, compunham um mesmo Corpo (Romanos 14.1 – 15.13; 1 Coríntios 12.12).


TEXTO

"Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Romanos 8).


1. NENHUMA CONDENAÇÃO. O PENDOR DO ESPÍRITO

"Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito." (Versículo 1).

Paulo inicia suas palavras sendo enfático: “(...) nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus”.

O apóstolo não diz sobre uma parcela de condenação permanecer sobre os que estão em Cristo, ele também não diz que a condenação deixou de existir sobre todos os homens. Ele é claro. Suas palavras denotam um grandioso livramento e o povo ao qual foi livrado.

Existem dois pontos:

A) Nenhuma condenação há. Nenhuma. Em nenhuma parcela ou nível.

B) A ausência de condenação é para os que estão em Cristo.

Aqueles que estão em Cristo estão seguros. Porém, o que seria estar em Cristo?

Estar em Cristo é tanto estar íntimo e próximo Dele através do Espírito pela fé, amor e dedicação aos Seus mandamentos (João 14.21) quanto estar representado por Ele (Efésios 2.8-9; 2 Coríntios 5.21; Gálatas 3.11-14).

A condenação evocada é a punição de Deus sobre os pecadores. A consequência do pecado é a morte, física e eterna (Gênesis 2.17; Romanos 6.23; Mateus 25.41; Apocalipse 20.10-15).

Paulo, contudo, se preocupou em descrever de maneira concisa o que fazem esses que estão em Cristo; ele se preocupou em dizer o que os distingue. Eles são os que não andam segundo a carne mas segundo o Espírito.

“Andar segundo” é proceder, realizar e/ou viver adequadamente a determinados padrões. Pode também ser descrito como responder positivamente de modo contínuo a uma influência.

Desse modo, os cristãos que outrora eram ímpios e se agradavam em realizar pecados (Salmos 53.1-3; Romanos 5.8) agora são direta e profundamente influenciados pelo Espírito e se agradam em realizar aquilo que é agradável a Deus (Gálatas 5.22-26).

"Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." (Versículo 2).

A lei moral de Deus não mudou. O que Paulo contrasta aqui são as implicações da lei sobre o homem. O princípio da lei para os que estão em Cristo não é de condenação, mas pelo Espírito são estimulados a realizar todas as prescrições santas e vívidas que honram a Deus, a saber, Sua lei. Em contrapartida aos pecadores a lei acusava e imputava morte pelo homem falhar em todos os pontos (Tiago 2.10).

"Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;" (Versículo 3).

É interessante como Paulo ilustrou a lei como estando “enferma”. O pecado não afetou a lei, ela continuou santa e boa (Romanos 7.14,16), todavia, a lei não podia “aprovar” um homem corrompido pelo pecado. Ninguém era capaz de cumpri-la e desse modo, por ela mesma, não poderia haver aprovação (salvação) aos homens. Nesse sentido a lei estava debilitada e, em outras palavras, enferma.

Entretanto, o Senhor Jesus Cristo veio em semelhança da carne do pecado, ou seja, viveu como um homem pleno, estando sujeito às influências e pressões deste mundo caído. Porém, Jesus nunca pecou e não foi falho em nenhum ponto sequer (Hebreus 1.1-4; Filipenses 2.8).

Ao dizer “pelo pecado condenou o pecado na carne” o apóstolo está se referindo a crucificação. Na cruz Jesus levou legalmente o pecado de muitos e pela punição destes pecados com sua morte na cruz ele condenou o próprio pecado em si mesmo. Em outras palavras, os pecados levados já foram punidos e condenados em Cristo, na sua carne. De modo que tais pecados não tem o poder de evocar a punição divina sobre os pecadores que passam a crer em Cristo. Eles (os pecados levados na cruz) já perderam seu domínio e foram punidos Naquele que foi declarado pecado (2 Coríntios 5.21).

"Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz." (Versículos 4-6)

Estando os cristãos mortos para a lei no quesito que representativamente eles morreram com Cristo e a lei não os acusa, em um certo sentido a justiça da lei se cumpriu em todos os cristãos indiretamente, sendo cumprida em Cristo diretamente, que, nesse caso, foi punição. Contudo, a segunda parte do versículo 4 e os versículos 5 e 6 parecem demonstrar que “a justiça da lei se cumprir em nós” seja a capacitação para cumprir a lei de Deus e se alegrar nisso. Embora Paulo deixe claro no decorrer do capítulo que somente no retorno de Cristo, com corpos glorificados, os crentes não mais falharão ele valoriza profundamente a transformação e o crescimento em santificação desenvolvido pelo Espírito Santo na vida dos eleitos.

Essa é uma batalha diária na vida dos cristãos. Acerca disso fala a Confissão de Fé de Westminster no capítulo XIII, item III:

"Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo, pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus (Romanos 7.23; Romanos 6.14; 1 João 5.4; Efésios 4.15-16; 2 Pedro 3.18; 2 Coríntios 3.18; 2 Coríntios 7.1)."

"Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus." (Versículos 7-8)

A inclinação da carne é consequência da infração cometida pelo homem. A carne é dominada pelo pecado e dada a isso é avessa a lei de Deus. Portanto, aquele que se volta continuamente e ama o pecado não pode agradar a Deus, nem mesmo é capaz de fazê-lo, exatamente porque o pecado é a infração da lei de Deus.

"Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele." (Versículo 9)

Os cristãos não mais estão subjugados e dominados pelo pecado que habita em sua carne mortal mas são dirigidos pelo Espírito. Paulo, porém, faz um alerta. Se os cristãos estão no Espírito eles não vivem na carne, ou seja, não amam sua antiga vida pecaminosa; caso vivam e amem, na verdade eles não têm o Espírito e não pertencem a Cristo.

"E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça." (Versículo 10).

Pela habitação de Cristo através do Espírito Santo (versículo 9) o espírito do crente é vivificado pela justiça de Cristo, assim como o próprio Espírito dá vida. Por outro lado a natureza pecaminosa que naturalmente estaria plenamente exercendo sua pecaminosidade é clarificada como morta, pela própria consequência do pecado, pelo domínio atual de Cristo no cristão e pelo paralelo de vida no Espírito e morte no pecado que é exposto nos versos do capítulo até aqui.

"E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita." (Versículo 11)

Paulo anuncia que os corpos mortais dos cristãos serão vivificados por Deus através do Espírito, assim como o corpo de Cristo foi ressuscitado pelo mesmo espírito. Essa promessa é descrita em outras porções das Escrituras e é referente a glorificação desse corpo natural, onde seremos completamente livres da influência do pecado em um corpo restaurado (1Coríntios 15.49-58; 1 Tessalonicenses 4.16-17).


2. FILHOS E HERDEIROS

"De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne." (Versículo 12)

Os cristãos têm responsabilidade de viverem para a honra e glória de Deus, reconhecendo sua dependência e a sublime graça que os alcançou.

"Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis." (Versículo 13)

Se haver entrega contínua, extensa e deliberada aos desejos da carne que são suscitados pelo pecado será sinal que o pecado é dominante sobre o homem e ele indubitavelmente morrerá. Se, por outro lado, as volições malignas inerentes da natureza pecaminosa forem constantemente levadas ao fim pela influência do Espírito será sinal que Cristo habita e governa essa vida e, dessa forma, o indivíduo viverá.

"Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Versículos 14-16).

A obra da trindade é clara na adoção de filhos. Deus deu Seu Filho (João 3.16), aqueles que recebem o Filho são tornados filhos de Deus (João 1.10-12) e Espírito Santo é o próprio Espírito de adoção de filhos (versículo 15).

Aqueles que são guiados pelo Espírito são filhos de Deus. Isso pode fazer uma alusão ao grande êxodo de Israel no Antigo Testamento onde somente aqueles que prevaleceram puderam ser tidos como filhos, ou fiéis.

Os cristãos também gozam de paz ao saberem que a confiança de sua filiação não é dada exteriormente ou por qualquer prova e sacrifício que eles tenham que fazer, o próprio Espírito testifica dentro do crente que ele é filho de Deus.

"E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados." (Versículo 17).


3. OS SOFRIMENTOS DO PRESENTE E AS GLÓRIAS DO PORVIR

"Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada." (Versículo 18)

Todos os cristãos por se tornarem filhos são herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, já que Cristo é o Filho de Deus. Com ele os cristãos padecerão sobre esta terra em tentações, aflições e dificuldades mas certamente serão glorificados em corpo como também ele foi. Todo esse sofrimento não pode se comparar a suprema glória que Deus há de revelar (2 Coríntios 4.17).

"Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo." (Versículos 19-23).

Por ser representante também da Terra o primeiro Adão trouxe a consequência e maldição do pecado sobre si e sobre aquilo que estava sob sua representação federal (Gênesis 3.6-19). Pecando o homem trouxe o pecado sobre toda a natureza e por isso toda a criação geme por ter sido “aprisionada” em depravação. O segundo Adão (Cristo) reinará até e após a regeneração completa de todo o cosmos (1 Coríntios 15.24-28, 54-58; Apocalipse 21.1-8).


4. A INTERCESSÃO DO ESPÍRITO SANTO

"Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos. E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos." (Versículos 24-27).

Paulo consola a todos os cristãos relembrando que eles têm esperança. A esperança é futura e não é visível para aquele que procura ansiosamente agora mas é doce porque é real e certa. Se deve esperar com confiança pelo próprio conhecimento daquele que prometeu.

Embora assistidos pelo Espírito a ansiedade e a natureza falha nos influenciam. A graça de Deus se manifesta ainda fundamental e criativamente, suprindo-nos, pela interseção do Espírito, a nós, incapazes e pequenos homens.

"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?" (Versículos 28-32).

O contexto desses versículos não trata que todos os acontecimentos na vida de um cristão são caminhos para o deixar mais abastado e confortável sobre esta terra. Paulo está direcionando sua visão para a glória estarrecedora da certa esperança futura dos crentes.

Todos aqueles que amam a Deus, maior mandamento (Mateus 22. 37-38), têm todas as coisas contribuindo para o seu bem, ou seja, para realização do propósito eterno de Deus na vida deles. A eles Deus conheceu de antemão, predestinou para serem conforme a imagem do Seu Filho, os chamou, justificou, glorificou e os dá todas as coisas juntamente com Cristo. Ora, Paulo fala como se todo esse processo já tivesse acontecido pela certeza que tudo acontecerá, pois nenhum plano de Deus pode ser frustrado (Jó 42.2).


5. AS PROVAS E AS CERTEZAS DO AMOR DE DEUS

"Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou." (Versículo 33-37).

A suprema vitória conquistada pelos cristãos não consiste nos seus próprios feitos mas nos de Cristo.
Aqueles que foram justificados por Deus pela justiça de Cristo não podem ser acusados diante de Deus, nem mesmo pela lei; Não há quem os possa condenar pois Cristo já foi condenado pelas falhas deles e ressurgiu em glória; nem as dificuldades dessa vida podem separar os cristãos do Seu Amado, através da resiliência e grande amor concedido pelo Espírito.

"Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Versículos 38-39).

Paulo em ultimato expressa com grande convicção e amor que nem mesmo os poderes, sejam físicos ou espirituais, nem o tempo e as lutas futuras, nem as possibilidades da natureza, nem qualquer outro ser existente pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus pontilhado no marco da Sua obra de peso eterno: a cruz. Ninguém pode desfazer a obra de Cristo. Ninguém pode nos separar desse imenso amor já manifesto.


TEXTO: Wrias Santos
EDIÇÃO E REVISÃO: Natannael Oliveira
VERSÃO UTILIZADA: Almeida Corrigida Fiel

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