PROFECIAS E LÍNGUAS
OS DONS DE PROFECIA E DE LÍNGUAS
EXPOSIÇÃO DE 1 CORÍNTIOS 14
APRESENTAÇÃO
Exposição do décimo quarto capítulo da primeira epístola do apóstolo Paulo endereçada a igreja presente na cidade grega de Corinto.
ASSUNTOS ABORDADOS
- O dom de profecia é superior ao dom de línguas;
- Os dons em face dos visitantes na igreja;
- A necessidade de ordem no culto.
AUTOR E DATA
Entende-se que a carta foi escrita, provavelmente, nos três anos em que o apóstolo Paulo esteve na cidade de Éfeso (Atos 20.31; 1 Coríntios 16.5-8), na sua terceira viagem missionária, entre os anos 53-57 d.C., ou, segundo outros, meados do ano 59 d.C.
INTRODUÇÃO DA CARTA
A carta trata dos problemas da igreja em Corinto dos quais o apóstolo foi notificado por alguns irmãos (1.10-17). Podem ser destacadas a divisão provocada na igreja (1.10 – 4.21), os problemas éticos e morais (5.1 – 6.20), seu apostolado (3.5 – 4.21), casamento (7.1-40), idolatria (8.1 – 11.1), problemas no culto (11.2-34) e, mais especificamente nos capítulos 12-14, dos membros e suas funções, do amor essencial a cada cristão, das línguas, das profecias e da ordem no culto.
Tendo introduzido o amor como real sentido e valor para as ações (cap. 13), aplicado aqui, mais especificamente, na execução das funções da cada membro do Corpo de Cristo, a saber, a Sua Igreja, Paulo prossegue, no capítulo quatorze, abordando o dom de línguas e o dom de profecia, visando, da mesma maneira, a edificação de todo o Corpo.
1. O DOM DE PROFECIA É SUPERIOR AO DE LÍNGUAS
"Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar." (Versículo 1).
Paulo inicia o capítulo confirmando a importância do amor e fazendo uma ligação com os dons espirituais. O apóstolo ilustrava que os cristãos deveriam estar revestidos do amor para então poderem exercer os dons espirituais de modo edificante.
É interessante que Paulo não demonstra taxar nenhum dom como insignificante ou inútil mas parece estimar sobremaneira o dom de profetizar. Talvez os coríntios estivessem valorizando de maneira exagerada o dom de línguas ou só o utilizando inadequadamente. De qualquer forma, Paulo inicia valorizando a existência de todos os dons espirituais na Igreja e colocando em destaque aquele que era o mais inteligível, e de edificação mútua, o dom de profecia.
"Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios." (Versículo 2).
A natureza do dom de línguas ainda é tema de debates nas escolas teológicas. Alguns entendem que se refere a falar línguas inexistentes na humanidade em um estado semelhante ou praticamente de êxtase, sendo na verdade línguas celestiais, talvez a língua dos anjos (13.1). Outros entendem que o dom se trata simplesmente da manifestação da capacidade de falar línguas desconhecidas para o falante, mas existentes entre os homens (Atos 2.4-11). Por exemplo, um italiano com o dom de línguas poderia falar, se assim Deus o concedesse, o idioma japonês. Ele estaria falando uma língua estranha para ele, pois não a conhece, porém, para os japoneses seria uma língua conhecida e não estranha.
A fala de Paulo “(...) não fala aos homens, senão a Deus; ... e em espírito fala mistérios” também é alvo de discussões. Há quem diga que esse é um versículo que consolida a ideia de línguas desconhecidas a todos os homens e que talvez, de fato, são línguas celestes, haja vista que ninguém, senão Deus, entende o interlocutor e ele “em espírito fala mistérios”. Entretanto, falar em línguas humanas desconhecidas da comunidade sem interpretação também seria falar a Deus e não aos homens, uma vez que “ninguém o entende“.
Acerca das línguas dos anjos diz Brian Schwertley:
“Os carismáticos ensinam que Paulo está identificando duas formas separadas de línguas. O erudito pentecostal Robert E. Tourville: 'Em 1 Coríntios 13:1, Paulo declara a possibilidade de falar em línguas de homens (idiomas estrangeiros), e não de anjos'. Na verdade, o contexto e a gramática grega ( 'ean' com o subjuntivo) deixa muito claro que o apóstolo não estava instruindo os cristãos sobre a importância de dois tipos separados de línguas, mas estava simplesmente falando hipoteticamente para estabelecer um ponto. Ele "não" instrui a igreja a orar nas línguas dos anjos. Antes, Paulo estava dizendo que, não importa quão grande seja o seu dom espiritual (isto é, mesmo que você pudesse falar o idioma dos anjos), você precisa amar.”
"Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja." (Versículos 3-4).
Esses versos fazem um paralelo entre os dons tratados por Paulo até aqui. O dom de profecia tinha por objetivo edificar a Igreja e o dom de línguas tinha por objetivo edificar o próprio indivíduo.
O tipo de edificação dada para a comunidade contemplada com as profecias é clara no versículo 3, sendo para “edificação, exortação e consolação”. No entanto, a edificação dada para aquele que fala em línguas não parece estar tão clara. Existem proponentes que dizem ser uma edificação para desenvolver a fé e alguns atributos no indivíduo, mas, possivelmente, seja simplesmente uma edificação no sentido de dar consolo e encorajamento.
"E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação." (Versículo 5).
Com o pressuposto do amor fraternal Paulo qualifica aquele que profetiza como maior do que aquele que fala em línguas. Com isso Paulo não quis dizer que os que profetizavam eram mais dignos do que aqueles que falavam em línguas, até porque o seu desejo era que os cristãos possuíssem os dois dons, o seu foco aqui era demonstrar que o dom que traz edificação a toda a igreja é mais proveitoso para o aperfeiçoamento dos santos (Efésios 4.11-13). Todavia, havendo interpretação para a mensagem falada em línguas a igreja também seria edificada, assemelhando o resultado do complemento dessas atividades (fala e interpretação de línguas) ao resultado da presença do dom de profecia, que é a edificação de toda a igreja.
"E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim." (Versículos 6-11).
O ponto destacado por Paulo é em relação ao benefício que seria trazido aos irmãos pela manifestação do dom de línguas. Ele ilustra como seria sem sentido ele se reunir com os irmãos e não poder compartilhar com eles nada inteligível e edificante. Assim como instrumentos musicais com sons indefinidos não trazem benefícios as pessoas, do mesmo modo seriam as línguas desconhecidas sem interpretação.
"Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja. Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar." (Versículos 12-13).
Após uma explicação rápida e sensata o apóstolo chama aos desejosos pelos dons espirituais que não os buscassem com intuito egoísta, ao contrário, que a busca pelos dons fossem um sinal de amor dos cristãos onde buscariam os dons que edificassem toda a comunidade. Nesse caso, ele não desvalorizou a importância do dom de línguas mas incentivou aqueles que falavam em línguas para não se acomodar com o seu dom mas orar para que o pudessem interpretar e assim edificar toda a igreja.
"Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento." (Versículos 14-15).
Ilustrando, na primeira pessoa, alguém que possuía o dom de línguas mas não o podia interpretar Paulo conclui que seu espírito ou natureza espiritual oraria bem mas sua mente, razão e intelecto permaneceria sem fruto. Qual seria a solução para este entrave? Ora, a atuação do seu espírito e do seu entendimento. O contexto nos leva a entender que essa adequada atuação era o falar em línguas desconhecidas (estranhas), porém com capacidade de orar/falar/cantar em língua conhecida (com o entendimento). Em outras palavras Paulo continuava a ensinar e defender o uso do dom de línguas juntamente com a capacidade de interpretação.
Alguns mestres na atualidade entendem que a falta da capacidade de interpretação é sinal de que o dom de línguas falado no momento não é legítimo e seria fruto da natureza carnal e talvez até de espíritos enganadores.
"De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. (Versículos 16-17).
Corroborando a ideia de apresentar a Deus um culto (particular ou público) racional (Romanos 12.1-2) Paulo afirma que seria impossível alguém demonstrar concordância com palavras que não conhece. É necessário que haja uma participação responsável no culto ao Senhor.
"Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida." (Versículos 18-19).
Outra vez deixando claro que não desprezava o dom de línguas Paulo afirma falar mais em línguas do que os próprios coríntios. Isso provavelmente deve ter soterrado qualquer desconfiança deles de que Paulo era contra o dom. Entretanto, o versículo 19 expõe o valor e a relevância do culto racional e da edificação dos irmãos em amor. Para Paulo, falar cinco palavras que poderiam edificar outros era absurdamente mais proveitoso do que falar milhares sem edificar a ninguém.
2. OS DONS EM FACE DOS VISITANTES NA IGREJA
"Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento." (Versículo 20).
Essa falta de compreensão dos coríntios quanto aos dons e edificação do corpo, assim como a relação dos dons aos incrédulos (versículos posteriores) fizeram com que Paulo admoestasse os fiéis a terem maturidade.
"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis." (Versículos 21-22).
A citação apresentada é referente ao profeta Isaías e está contida no capítulo 28 verso 11. Em Isaías Deus anuncia que por lábios gaguejantes e línguas estranhas Ele falaria ao povo. O povo referido ali eram os judeus e como o Israel não permanecia fiel ao Senhor nem se dispunha a dar ouvidos as Suas palavras Deus anuncia, através do profeta, que falaria a eles de maneira diferente. Essa fala representava o juízo de Deus aos incrédulos vindo por meio do domínio da Assíria sobre o povo, isso se cumpriu em ocasião da queda de Samaria em 722 a.C. Paulo relaciona esse episódio com a utilização do dom de línguas na igreja de Corinto. Nesse sentido as línguas não interpretadas eram sinal de juízo para aqueles que não criam. Deus por meio de línguas estrangeiras demonstraria seu desgosto e juízo aos incrédulos, juízo esse que é sobre todos os que não recebem o Filho (João 3.36).
Sobre as línguas e seu papel, comenta o Dr. O. Palmer Robertson:
“Observa-se que no primeiro termo Paulo identifica as línguas como sinal de cumprimento do pacto. A citação que o apóstolo aplica ao fenômeno corrente das línguas origina-se de Isaías 28.11. No entanto, o processo de antecipação veterotestamentária das línguas não pode ficar restrito a Isaías. Quando o profeta anuncia que uma nação estrangeira vai transpor as fronteiras de Israel, balbuciando uma língua estranha, está aplicando simplesmente ao seu dia a maldição do pacto em Deuteronômio 28.49: 'O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá, como o vôo impetuoso da águia, nação cuja língua não entenderás'.
O contexto da alusão de Isaías à maldição do pacto de Deuteronômio é evidência plena de que o próprio profeta entendia que estava anunciando o cumprimento do juízo do pacto divino sobre seu povo. Examine-se de novo Isaías 28.9 e os versículos seguintes. O profeta pergunta: 'A quem pois se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria entender o que se ouviu?' (versículo 9a). Isaías responde sua própria pergunta chamando atenção para o fracasso que se experimentou ao tentar a comunicação da mensagem de Deus para o povo rebelde.
Este uso amplo da mensagem de Isaías 28 no Novo Testamento, aplicando-a ao caso da relação distintiva de Deus com Israel, corrobora o sentido da citação paulina das maldições do pacto na medida em que estas estão relacionadas com o fenômeno das línguas. As línguas não chegaram a ser uma surpresa para o povo de Deus. Ao contrário, tem o objetivo definido de ser sinais do pacto. Quando as línguas ocorreram, o Juízo de Deus sobre Israel fez parte da historia da redenção. As línguas servem como um sinal da maldição do pacto.”
"Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?" (Versículo 23).
Em consonância com todas as suas palavras Paulo faz uma pergunta retórica expondo que a falta de sabedoria para utilizar o dom de línguas levariam o povo a acreditar que os próprios coríntios estariam loucos.
"Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado." (Versículo 24).
Se, porém, o indouto ou o infiel estiver em meio a igreja e for contemplado por profecias ele não entenderá que os cristãos estarão loucos mas seria por eles sim convencido e julgado, segundo a reta justiça.
"E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós." (Versículo 25).
Há diferenças no entendimento desse versículo. É possível interpretar que os profetas revelariam segredos individuais dos homens e isso os faria tremer e temer a Deus. Outro modo de ver esse verso é entender que as profecias anunciariam a grandeza de Deus, a depravação terrível do homem e a manifestação gloriosa e salvífica de Cristo com sua consumação na cruz. Essas profecias (pregações/anúncios guiados por Deus) trariam a consciência do pecado e a necessidade de Deus e isso faria o pecador se dobrar.
3. A NECESSIDADE DE ORDEM NO CULTO
"Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação." (Versículo 26).
Reconhecida a diversidade de dons Paulo exorta que todos sejam utilizados com ordem e para edificação mútua.
"E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete." (Versículo 27).
Paulo, após fundamentar sua argumentação com amor visando propósito de edificação, prescreve a maneira aceitável que se poderia fazer uso do dom de línguas no culto. Ele diz que se deve falar dois ou três, cada um por sua vez, ou seja, um de cada vez. Entretanto, o dom de línguas só poderia ser “utilizado” se houvesse intérprete. O interesse pela compreensão é presente em todo o capítulo.
"Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus." (Versículo 28).
Não havendo intérprete o indivíduo não deveria nem mesmo falar. Deveria sim estar calado na igreja e falar a sós com Deus. Paulo construiu as bases de edificação e amor coletivo durante todo o capítulo até o ponto em que ele ordena e prescreve que era exatamente para edificação coletiva que se devia fazer uso do dom de línguas no culto. Os coríntios nessa altura já estavam mais preparados para ler essa ordem.
"E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos." (Versículos 29-33).
Semelhantemente os profetas deveriam ter ordem e bom senso no uso do seu dom. Paulo fala que os profetas tinham domínio da manifestação do seu dom, no sentido que poderiam refreá-lo em caso de muitas profecias simultâneas. A confusão no culto só existiria por negligência dos profetas ou pelas profecias não procederem de fato de Deus. Haja vista que os profetas deveriam julgar todas as profecias.
"As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja." (Versículos 34-35).
Alguns sugerem que este trecho não fazia parte da carta original de Paulo, esse argumento, entretanto, carece de comprovações. Em outras porções dos seus escritos Paulo sugere que mulheres poderiam falar no culto (11.5) de modo que é muito provável que estas restrições as mulheres não eram absoluta. Talvez se referia a uma possível desordem causada pelas mulheres da igreja e Paulo as repreendia aqui. Contudo, é mais provável que estas palavras estabeleciam que as mulheres não deveriam julgar as profecias a fim de não demonstrar autoridade de homem, o que conectaria as palavras de Paulo com seu raciocínio imediatamente anterior (Versículos 29-33).
Sobre esse tema comenta W. Gary Crampton:
”Em 1 Coríntios 14.34-35, o apóstolo Paulo escreve: 'As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja'. Então, em 1 Timóteo 2.12 ele diz: 'Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio'. É difícil imaginar como Paulo poderia ter falado mais claramente do que nessas duas passagens. As mulheres são proibidas de 'falar', isto é, 'ensinar' na igreja. O ministério de ensino da igreja pertence a homens (compare 1 Timóteo 3 e Tito 1). Em 1 Coríntios 11, por outro lado, o apóstolo não proíbe que as mulheres orem e profetizem na igreja, nem permite que façam. Ele meramente ordena que as mulheres sejam submissas à autoridade dos seus maridos (como em Efésios 5.22-33).”
"Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isto, que ignore." (Versículos 36-38).
Paulo repreende os coríntios aqui como que reconhecendo que esses problemas haviam surgido na igreja por, provavelmente, arrogância e egoísmo da igreja.
"Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem." (Versículos 39-40).
Nas suas palavras finais o apóstolo reconhece e exalta a dádiva que era aos coríntios terem os dons espirituais em execução na igreja, ressalta, porém, que tudo devia ser feito com ordem e decência e que o dom de profetizar deveria ser buscado com zelo mas de modo algum deveria ser proibido o falar em línguas (embora esse dom deveria ser exercido de acordo com as próprias instruções de Paulo versículos 27-28).
CONCLUSÃO
A igreja em Corinto estava utilizando os dons sem sabedoria, o que poderia causar uma imagem ruim da igreja perante a sociedade. Paulo conduziu a igreja, por meio das suas orientações nesse capítulo, a fazerem o exercício dos dons com vistas a edificar o outro. Ele reconheceu o valor do dom de línguas, porém, deu destaque a profecia. Paulo milita contra o egocentrismo e o destaque individual. O ponto é que a igreja deveria se reunir permeada de amor e demonstrar esse amor verdadeiro por meio dos dons, de modo que o corpo (a igreja) fosse edificado. O corpo de Cristo deve ter harmonia.
TEXTO: Wrias Santos
EDIÇÃO E REVISÃO: Natannael Oliveira
VERSÃO UTILIZADA: Almeida Corrigida Fiel 2007
REFERÊNCIAS:
Bíblia de Estudo de Genebra
Bíblia de Estudo Pentecostal
Bíblia de Estudo Dake
Artigos:
- Falar em Línguas, Brian Schwertlet. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/falar-linguas_schwertley.pdf
- Línguas, Sinal de Maldição e Bênção do Pacto, Dr. O. Palmer Robertson. Disponível em:http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/linguas.htm
- A Bíblia e Mulheres Mestras, W. Gary Crampton. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/igreja/mulher-bibla-ensinar_gary-crampton.pdf
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