JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM JESUS CRISTO
Exposição de Romanos 3.25-26
APRESENTAÇÃO
Esse texto é um sermão expositivo de Romanos 3.25-26 pregado por Wrias Santos em um culto público na Igreja Assembléia de Deus em Ravena-MG, no dia 23/09/2018.
TEXTO
"A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus." (Romanos 3.25-26).
INTRODUÇÃO
Acredita-se que a carta foi escrita em Corinto (Atos 18.18), por volta dos anos 55-60 d.C. e que provavelmente foi levada e entregue à(s) igreja(s) pela irmã Febe (Romanos 16.1-2).
Paulo não era o fundador da igreja de Roma, embora ele demonstre conhecer pessoas da igreja (Romanos 16).
O apóstolo desejava levar a mensagem do evangelho a cidades mais distantes. Ele quis ir à Espanha e tinha em mente ser encaminhado para lá pela igreja de Roma (Romanos 15.23-24).
É possível que já houvesse alguma comunidade cristã na Espanha, então não sabemos, precisamente, se Paulo iria com o intuito de fundar igrejas ou de visitar igrejas já existentes, certo é que em ambos os casos a essência do exercício de Paulo seria pregar o evangelho.
Se algum livro canônico pode ser considerado um exemplo de teologia sistemática este livro seria Romanos. Ele une muitos temas que se interrelacionam, todos, porém, tem o evangelho como base. O desejo de Paulo era compartilhar o que ele tinha de mais precioso com os irmãos de Roma: o evangelho do Senhor Jesus, as boas notícias do que Deus tinha feito.
Na carta Paulo trata de temas como pecado (1.18 – 3.20), ira de Deus (1.18-32), judeus e gentios (1 – 11), Lei e Graça (6 - 7), justificação e fé (4 – 5), eleição (9.1-29), santificação (8), servidão em amor (12), devoção e cidadania (12 - 15).
A(s) igreja(s) para a(s) qual(is) a epístola foi enviada provavelmente era(m), em sua maioria, composta(s) por gentios (Romanos 1.13) e é provável que alguns conflitos tenham surgido pelo choque de cosmovisões de gentios e judeus que, agora, compunham um mesmo Corpo (Romanos 14.1 – 15.13; 1Coríntios 12.12). No entanto, a história nos relata que havia uma grande comunidade judaica na capital do império (Roma). O historiador romano Tácito descreve que devido ao crescimento da influência judaica na cultura e na política o imperador Cláudio expulsou grande parte dos judeus de Roma. No primeiro século não havia um reconhecimento da diferença entre os cristãos (cristianismo) e os judeus (judaísmo). Era crido, basicamente, que os cristãos compunham uma seita dentro do judaísmo, tal qual o farisaísmo, por exemplo. Tácito cita que havia muitos seguidores de um homem chamado Chrestus, que indica, com muita intensidade, que tal homem era nosso conhecido Jesus, o Cristo. Desse modo, na ocasião em que o imperador expulsou grande parte dos judeus os cristãos também foram expulsos.
Esse episódio ocorreu antes da carta ser escrita mas a Igreja de Cristo havia suportado a perseguição e ainda estava presente na cidade.
Vamos analisar os capítulos anteriores:
Capítulo 1 - Paulo apresenta a realidade da necessidade de salvação tanto de judeus quanto de gentios que são os demais povos/não judeus (Romanos 1.14-16,18-20)
Capítulo 2 - Paulo prossegue expondo que mesmo a Lei de Deus sendo Santa ela não poderia salvar, mas, na verdade ela apontava os erros.
Tanto os da Lei quanto os sem Lei pereceriam (Romanos 2.12).
O judeu que, naturalmente, se sentiria superior ao gentio é considerado como igualmente condenável (Romanos 2.25).
Capítulo 3 - Os judeus haviam recebido a revelação e a Verdade de Deus primeiramente. Isso, no entanto, não dava a eles escape do juízo.
Um judeu não poderia dizer que por conhecer a Lei e pecar exaltava a Deus por mostrar a justiça Dele. Paulo simula uma possível justificativa. O judeu não poderia dizer "Os meus erros mostram como o SENHOR é correto, então, na verdade, a minha vida pecaminosa deixa mais clara a santidade de Deus. Portanto, não posso ser condenado pois meus erros e pecados estão exaltando Sua santidade. Deus não pode me condenar por exaltá-lo."
Paulo condena essa postura (Romanos 3.5-7)
O tema iniciado no capítulo 1.18, sobre a maldade e injustiça humana, é comprovado e detalhado nos versículos 10-18. Esses versos são um compilado de trechos dos livros dos Salmos, Provérbios, Isaías e Eclesiastes.
"Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus," (Versículos 21-24).
1. A PROPICIAÇÃO
"A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos" (Versículo 25).
a) "A quem Deus propôs" (protithemai).
A palavra propor tem o significado de: colocar diante publicamente, apresentar uma oferta diante de todos. Manifestação pública de uma proposta.
Uma questão surgia: Qual era a proposta de Deus?
b) "No seu sangue, como propiciação".
Deus propôs a Jesus Cristo como propiciação para ser a satisfação da Sua ira. Essa era a proposta de Deus.
Propiciação é a oferta de sacrifício e sangue para se ter paz. É o pagamento de uma dívida de sangue.
Na antiga aliança o sangue de um sacrifício era derramado no dia da expiação pelo sacerdote.
O propiciatório era a tampa da Arca da Aliança. Era onde o sangue era derramado (Êxodo 25.17-21; Levítico 16.14-15).
Entre a Lei e o israelita havia o propiciatório coberto de sangue - uma figura de Cristo. A Lei apontava os erros dos homens e cobrava que eles fossem mortos e então um animal era sacrificado em nosso lugar. Um carneiro perfeito, todavia, não podia substituir os homens de modo perfeito. O próprio sacrifício de animais se mostrava insuficiente e temporário, indicando a necessidade de um sacrifício de um homem perfeito.
O propiciatório que "fornecia" o perdão ficava oculto no Santo dos Santos. Deus agora expõe publicamente o seu propiciatório vivo e sacrifica o seu carneiro diante de todos - a crucificação.
c) "Mediante a fé,"
Deus propôs que para alcançar essa satisfação de pecados diante de Deus era necessário crer em Jesus e confiar em Sua obra.
d) "Para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos".
Dessa maneira Deus se mostra justo em punir, revelando que tudo estava nos Seus planos. A credibilidade de Deus estava em cheque porque ele arrogava o título de Justo mas não exercia a sua justiça. Ele não aniquilava a humanidade nem lançava todos instantaneamente no inferno. Isso, no entanto, é revelado não como uma injustiça de Deus mas como um ato de paciência a fim de, no tempo certo, punir o pecado com morte (conforme sua lei indicava).
2. JUSTIFICAÇÃO
"Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus." (Versículo 26).
a) "Tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus".
Deus portanto tolerou tendo em vista (ou em seus planos) a morte do Seu Filho. Assim Deus se torna justo (punindo os pecados com morte) mas também justificador colocando a justiça de Cristo nos pecadores que têm fé.
"Deus viu a sua glória sendo desprezada por pecadores (como Davi) - ele viu seu valor depreciado e seu nome desonrado por nossos pecados - e em lugar de vindicar o valor de sua glória matando seu povo, ele vindicou sua glória matando o seu Filho." - John Piper.
Na cruz Deus manifestou juízo e condenação em Cristo. Na cruz Deus manifestou misericórdia e salvação em Cristo.
Vivamos por nosso Salvador!
TEXTO: Wrias Santos
EDIÇÃO E REVISÃO: Natannael Oliveira
MATERIAIS CONSULTADOS
Exposição de Romanos 3.25-31 - Augustos Nicodemus;
Exposição de Mateus 24 - César Francisco Raimundo;
Notas da Bíblia de Estudo de Genebra;
Dicionário Bíblico Strong;
Exposição de Romanos 8 - Wrias Santos;
Cristo morreu por nós ou por Deus? - John Piper (Artigo).
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