CRISTÃO MILITAR
O CRISTÃO PODE SER MILITAR?
APRESENTAÇÃO
Eu tenho muitos amigos que são policiais e das forças armadas. Muitos deles são cristãos íntegros e tementes a Deus. Mas também conheço muitos cristãos que são contra servos de Deus serem militares, pois acham que isso não é um serviço para um cristão. E isso tem gerado muitos debates. Onde a Bíblia entra nessa discussão? O cristão pode ser militar? Tem como ser um soldado para a glória de Deus? Eu sou Natannael Oliveira e vamos para O QUE A BÍBLIA DIZ.
INTRODUÇÃO
A Bíblia contém uma grande quantidade de informações sobre o serviço militar. Ao passo que várias partes da informação contida na Bíblia relacionada ao serviço militar não passam de analogias, diversos versículos estão relacionados diretamente com essa questão. Não, a Bíblia não afirma especificamente “Servirás no exército”; e em contraste ela também não afirma “Não servirás no exército”. Ao mesmo tempo, os cristãos podem ficar tranqüilos, pois ser um soldado é algo respeitado ao longo da Bíblia, e este serviço é consistente com a visão bíblica de mundo.
1. MILITARES NO ANTIGO TESTAMENTO
O primeiro exemplo de serviço militar é encontrado no Antigo Testamento (Gênesis 14):
"Sucedeu naquele tempo que Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, fizeram guerra contra Bera, rei de Sodoma, contra Birsa, rei de Gomorra, contra Sinabe, rei de Admá, contra Semeber, rei de Zeboim, e contra o rei de Bela (esta é Zoar). Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o mar Salgado). Doze anos serviram a Quedorlaomer, porém no décimo terceiro se rebelaram. Ao décimo quarto ano, veio Quedorlaomer e os reis que estavam com ele e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim, e aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã, que está junto ao deserto. De volta passaram em En-Mispate (que é Cades) e feriram toda a terra dos amalequitas e dos amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar. Então, saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Bela (esta é Zoar) e se ordenaram e levantaram batalha contra eles no vale de Sidim, contra Quedorlaomer, rei de Elão, contra Tidal, rei de Goim, contra Anrafel, rei de Sinar, contra Arioque, rei de Elasar: quatro reis contra cinco. Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; os reis de Sodoma e de Gomorra fugiram; alguns caíram neles, e os restantes fugiram para um monte. Tomaram, pois, todos os bens de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e se foram. Apossaram-se também de Ló, filho do irmão de Abrão, que morava em Sodoma, e dos seus bens e partiram. Porém veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; este habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, os quais eram aliados de Abrão. Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã. E, repartidos contra eles de noite, ele e os seus homens, feriu-os e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. Trouxe de novo todos os bens, e também a Ló, seu sobrinho, os bens dele, e ainda as mulheres, e o povo. Após voltar Abrão de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma no vale de Savé, que é o vale do Rei" (Gênesis 14.1-17).
Quando Ló, sobrinho de Abraão, foi seqüestrado por Quedorlaomer, rei de Elão, e seus aliados. Abraão correu para ajudar Ló ao reunir 318 homens treinados da sua casa e derrotar as forças estrangeiras.
Mais tarde na sua história, a nação de Israel criou um exército permanente. O senso de que Deus era o Guerreiro Divino e iria proteger o Seu povo, não importando a sua força militar, pode ter sido a razão de Israel ter sido lento para criar um exército. A criação de um exército regular permanente em Israel ocorreu apenas depois de um sistema político forte e centralizado ser desenvolvido por Saul, Davi e Salomão. Saul foi o primeiro a formar um exército permanente:
"Escolheu para si três mil homens de Israel; estavam com Saul dois mil em Micmás e na região montanhosa de Betel, e mil estavam com Jônatas em Gibeá de Benjamim; e despediu o resto do povo, cada um para sua casa" (1 Samuel 13.2);
"Tomou, então, Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi ao encalço de Davi e dos seus homens, nas faldas das penhas das cabras monteses" (1 Samuel 24.2);
"Então, Saul se levantou e desceu ao deserto de Zife, e com ele, três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi" (1 Samuel 26.2).
Ainda assim, o exército tinha que ser apoiado pela comida e outros suprimentos dos lares dos soldados:
"Disse Jessé a Davi, seu filho: Leva, peço-te, para teus irmãos um efa deste trigo tostado e estes dez pães e corre a levá-los ao acampamento, a teus irmãos. Porém estes dez queijos, leva-os ao comandante de mil; e visitarás teus irmãos, a ver se vão bem; e trarás uma prova de como passam. Saul, e eles, e todos os homens de Israel estão no vale de Elá, pelejando com os filisteus" (1 Samuel 17.17-19).
O que Saul iniciou, Davi continuou. Ele aumentou o exército, trouxe tropas contratadas de outras regiões que eram leais apenas a ele:
"Disse, pois, o rei a Itai, o geteu: Por que irias também tu conosco? Volta e fica-te com quem vier a ser o rei, porque és estrangeiro e desterrado de tua pátria. Chegaste ontem, e já te levaria eu, hoje, conosco a vaguear, quando eu mesmo não sei para onde vou? Volta, pois, e faze voltar a teus irmãos contigo. E contigo sejam misericórdia e fidelidade. Respondeu, porém, Itai ao rei: Tão certo como vive o Senhor, e como vive o rei, meu senhor, no lugar em que estiver o rei, meu senhor, seja para morte seja para vida, lá estará também o teu servo. Então, disse Davi a Itai: Vai e passa adiante. Assim, passou Itai, o geteu, e todos os seus homens, e todas as crianças que estavam com ele" (2 Samuel 15.19-22).
Saul deu a liderança direta dos seus exércitos para um comandante (Joabe). Sob Davi, Israel também se tornou mais agressivo nas suas políticas militares ofensivas, absorvendo estados vizinhos como Amom:
"Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém" (2 Samuel 11.1);
"Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, Joabe levou o exército, destruiu a terra dos filhos de Amom, veio e sitiou a Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém; e Joabe feriu a Rabá e a destruiu. Tirou Davi a coroa da cabeça do seu rei e verificou que tinha o peso de um talento de ouro e que havia nela pedras preciosas; e foi posta na cabeça de Davi; e da cidade levou mui grande despojo. Também levou o povo que estava nela e o fez passar à serra, e a picaretas de ferro, e a machados; assim fez Davi a todas as cidades dos filhos de Amom. Voltou Davi, com todo o povo, para Jerusalém" (1 Crônicas 20.1-3).
Davi estabeleceu um sistema de rotação de tropas com 12 grupos de 24000 homens servindo um mês por ano (1 Crônicas 27).
Apesar de o reinado de Salomão ter sido pacífico, ele expandiu mais ainda o exército, acrescentando charretes e cavaleiros:
"Também ajuntou Salomão carros e cavaleiros, tinha mil e quatrocentos carros e doze mil cavalarianos, que distribuiu às cidades para os carros e junto ao rei, em Jerusalém" (1 Reis 10.26).
O exército permanente continuou (apesar de ter sido dividido com o reino após a morte de Salomão) até 586 a.C., quando Israel deixou de existir como entidade política.
2. MILITARES NO NOVO TESTAMENTO
Jesus maravilhou-se quando um centurião Romano (oficial encarregado de cem soldados) se aproximou Dele. A resposta do centurião a Jesus indicou o seu claro entendimento sobre a autoridade, assim como a sua fé em Jesus:
"Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando: Senhor, o meu criado jaz em casa, de cama, paralítico, sofrendo horrivelmente. Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo. Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado. Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz. Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta. Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Ao passo que os filhos do reino serão lançados para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado" (Mateus 8.5-13).
Jesus não condenou sua carreira. Diversos centuriões mencionados no Novo Testamento são aclamados como cristãos tementes a Deus e homens de bom caráter:
"Tendo Jesus entrado em Cafarnaum, apresentou-se-lhe um centurião, implorando... Mas o centurião respondeu: Senhor, não sou digno de que entres em minha casa; mas apenas manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado... Então, disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado" (Mateus 8.5,8,13);
"O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus" (Mateus 27.54);
"O centurião que estava em frente dele, vendo que assim expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus... Mas Pilatos admirou-se de que ele já tivesse morrido. E, tendo chamado o centurião, perguntou-lhe se havia muito que morrera. Após certificar-se, pela informação do comandante, cedeu o corpo a José" (Marcos 15.39,44-45);
"E o servo de um centurião, a quem este muito estimava, estava doente, quase à morte... Então, Jesus foi com eles. E, já perto da casa, o centurião enviou-lhe amigos para lhe dizer: Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa" (Lucas 7.2,6);
"Vendo o centurião o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Verdadeiramente, este homem era justo" (Lucas 23.47);
"Morava em Cesareia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana... Então, disseram: O centurião Cornélio, homem reto e temente a Deus e tendo bom testemunho de toda a nação judaica, foi instruído por um santo anjo para chamar-te a sua casa e ouvir as tuas palavras" (Atos 10.1,22);
"Então, este, levando logo soldados e centuriões, correu para o meio do povo. Ao verem chegar o comandante e os soldados, cessaram de espancar Paulo" (Atos 21.32);
"Quando o estavam amarrando com correias, disse Paulo ao centurião presente: Ser-vos-á, porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado? Ouvindo isto, o centurião procurou o comandante e lhe disse: Que estás para fazer? Porque este homem é cidadão romano" (Atos 22.25,26);
"Então, este, chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao comandante, porque tem alguma coisa a comunicar-lhe... Chamando dois centuriões, ordenou: Tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros para irem até Cesareia" (Atos 23.17,23);
"E mandou ao centurião que conservasse a Paulo detido, tratando-o com indulgência e não impedindo que os seus próprios o servissem" (Atos 24.23);
"Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial... Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, nele nos fez embarcar... Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia... Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda... mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra" (Atos 27.1,6,11,21,43);
"Uma vez em Roma, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava" (Atos 28.16).
Historicamente os lugares e títulos podem ter mudado, mas as nossas forças armadas devem ser valorizadas da mesma forma que os centuriões da Bíblia. Ser um soldado era altamente reverenciado. Por exemplo, Paulo descreve Epafrodito, um companheiro cristão como um “companheiro de lutas”: "Julguei, todavia, necessário mandar até vós Epafrodito, por um lado, meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e, por outro, vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades" (Filipenses 2.25). A Bíblia também usa termos militares para descrever o ser forte no Senhor ao vestir toda a armadura de Deus:
"Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo" (Efésios 6.10-20).
CONCLUSÃO
Sim, a Bíblia trata do assunto de servir no exército, direta e implicitamente. Os homens e mulheres cristãos que servem o seu país com caráter, dignidade e honra podem ficar seguros de que o dever cívico que eles cumprem é apoiado e respeitado pelo nosso Deus Soberano. Aqueles que servem nas forças armadas merecem o nosso respeito e o nosso agradecimento.
Quero saber sua opinião e os seus argumentos sobre esse assunto. Deixa nos comentários se você concorda ou não que um cristão possa ser militar. Compartilha com seus amigos. Marca aqui aquele seu amigo militar. Até a próxima.
Graça e paz!
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