CRISTÃO E A AUTODEFESA



O CRISTÃO PODE SE DEFENDER?



APRESENTAÇÃO

O cristão pode se defender? Como o cristão deve usar sua defesa? Ou Deus que nos defende? O cristão não deve reagir e sim simplesmente "dá a outra face"? E quanto a proteção da família? É pecado matar em autodefesa? Esse assunto é muito complexo e poucas pessoas sabem como reagir em situações de perigo. Vamos analisar nas Escrituras sobre a autodefesa. Eu sou Natannael Oliveira e vamos para O QUE A BÍBLIA DIZ?


INTRODUÇÃO

Muitos interpretam o cristianismo como uma religião pacifista, em que não se deve agredir, nem matar ninguém em hipótese alguma, nem mesmo se for por autodefesa. Segundo essa visão, não devemos somente propagar a paz. Mas será que é isso que a Bíblia fala a respeito da nossa segurança? Iremos agora fazer uma análise nos textos bíblicos tanto no Antigo como no Novo Testamento. E vamos tirar essa conclusão, se a Bíblia ensina, ou não, sobre a autodefesa.


1. AUTODEFESA NO ANTIGO TESTAMENTO

O Antigo Testamento revela o reconhecimento e o apoio divinos da validade da defesa , e até mesmo da necessidade da eliminação de vida humana, tanto por nações quanto por indivíduos. Os que 'piedosamente' citam a Bíblia quando dizem “não matarás”, declarando que toda vida é dada por Deus e que não temos o direito de tirá-la com as próprias mãos, falham em ler o resto da Bíblia. No mesmo livro da Bíblia, Deus especificamente ordenou a execução de pessoas por crimes tais como blasfêmia, perversão sexual, adultério, seqüestro e assassinato. Na questão da autodefesa, a Lei proclama abertamente que, se um homem encontrar um ladrão em sua casa, de noite, e matá-lo isso constitui um meio aceitável de proteger o lar e a propriedade da pessoa: "Se um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do sangue" (Êxodo 22.2). John Locke equacionou o assalto contra a propriedade particular como equivalente ao assalto contra a vida da pessoa , visto que o indivíduo depende da propriedade para viver. João Calvino declarou que a lei do amor de Cristo requer defesa do próximo que seja indefeso. Paulo ensina que o magistrado civil usa propriamente a espada:

"Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra" (Romanos 13.1-7).

Historicamente, a igreja sempre viu a guerra defensiva como justa e apropriada de acordo com os limites do ensino escriturístico (Isso não é dizer que não havia pacifistas tais como alguns dos anabatistas, mas eles são exceção). Biblicamente, a guerra justa, como com Jefté e os amonitas, foi essencialmente um apelo para o céu decidir entre os adversários: "Não sou eu, portanto, quem pecou contra ti! Porém tu fazes mal em pelejar contra mim; o Senhor, que é juiz, julgue hoje entre os filhos de Israel e os filhos de Amom" (Juízes 11.27).


2. JESUS MANDOU OS DISCÍPULOS COMPRAREM ESPADAS?

"Então, lhes disse: Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois vos digo que importa que se cumpra em mim o que está escrito: Ele foi contado com os malfeitores. Porque o que a mim se refere está sendo cumprido. Então, lhe disseram: Senhor, eis aqui duas espadas! Respondeu-lhes: Basta!" (Lucas 22.36-38).

Jesus ordenou seus discípulos a fazer algo interessante em Lucas 22.36. Ele disse: “O que não tem espada, venda a sua capa e compre uma”. Isso se opõe abertamente à imagem pacifista que muitas pessoas têm do Senhor Jesus. Alguns tentam espiritualizar o significado óbvio da instrução de Jesus. Ele estava falando de uma espada literal. É aparente que seus discípulos entenderam o que ele quis dizer pelo versículo 38, que demonstra o uso inepto e inapropriado da arma por Pedro. O ponto é: Jesus disse a seus discípulos para “ter uma espada”! Para qual propósito, a não ser a autodefesa? (Para cortar pão e espalhar azeite de oliva?)


3. POR QUE JESUS REPREENDEU PEDRO?

"Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha. Então, Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão" (Mateus 26.50-52).

A repreensão de Jesus pelo uso que Pedro fez da espada naquela noite deveu-se à natureza de sua missão — a cruz — e não à condenação absoluta do uso de uma espada para a defesa. A declaração de Jesus de que “todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (Mateus 26.52) não é uma proibição da defesa própria, mas a condenação dos que vivem da violência.


4. O CRISTIANISMO É PACIFISTA?

"Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra" (Mateus 5.39).

Os advogados da abordagem pacifista não-violenta dizem que nunca devemos nos defender de maneira agressiva ou violenta , citam essa passagem das Escrituras que diz: “não resistais ao mal” ou “dêem o outro lado da sua face”, para apoiar sua posição. Ela procura nos persuadir de que qualquer forma de defesa rigorosa seria contrária aos ensinos do cristianismo e não seguiria o exemplo do Senhor, que permitiu que os homens lhe fizessem violência.

O maior problema com esse ponto de vista é que nem o cristianismo e nem a Bíblia ensinam a não-violência ou o pacifismo. A Bíblia nos mostra tanto no Antigo quanto no Novo Testamento que o Deus de amor é realiza também atos de violência , retribuição e vingança. A força nunca é condenada nas Escrituras — somente seu mau uso. Amor e força não são incompatíveis na mente divina, nem o são a justiça e a força. Em cada situação elas são apenas lados opostos da mesma moeda. O humanismo religioso enfatiza o lado do amor e do pacifismo, mais próximos de Mahatma Ghandi que do Senhor Jesus Cristo e do claro padrão bíblico.

Devemos entender que quando Cristo deu o mandamento de dar a outra face e não resistir o mal , ele se pronunciava numa situação na qual o coração dos homens tinha se apartado do intento da Lei de Deus, e as pessoas usavam a Lei como ferramenta para satisfazer vinganças pessoais. O Senhor falava de atitudes malignas de ódio e hipocrisia, não dos procedimentos legais de seus dias. Nunca, em momento algum, a Bíblia permite-nos tomar a lei em nossas mãos, nem nos é permitido ser vindicativos ou vingativos — mesmo na situação mais extrema. Se a questão for o sofrimento devido ao testemunho da fé em Cristo, ele sempre deve ser triunfante e não-violento.


5. LUTAMOS PARA SOBREVIVER

Num mundo não-caído, obviamente não haveria necessidade de autodefesa. Mas nós vivemos num mundo caído, onde o homem pecador é por natureza predador. Costumes sociais podem impedi-lo de dar plena vazão a seu instinto predador, mas essa natureza perversa é amansada apenas superficialmente. Quando a ilegalidade reina, com o colapso da sociedade, a autodefesa é necessária para a sobrevivência. A realidade é que a polícia não pode proteger totalmente você e sua família. Como resultado, somos confrontados com a necessidade de proteção pessoal. Somos encarregados por Deus de proteger a família, os bens (nossas posses representam a administração sob o senhorio de Cristo) e o bem-estar pessoal de qualquer violência indevida que impeça o progresso do Reino de Deus.


6. DEUS NOS PROTEGE?

Sem dúvida Deus pode nos proteger sem meios, como ele fez com Daniel na cova dos leões. Ou ele pode nos proteger com meios, como fez com Davi e o uso habilidoso de uma funda contra um leão. Em ambos os casos, Deus protegeu seu servo. Da mesma forma que Deus pode curar diretamente, sem meios (sobrenaturalmente), ele pode curar valendo-se dos meios (médicos e remédios). Deus permanece a fonte da cura em ambos os casos. Deus é nossa fonte de proteção, quer ele nos forneça proteção diretamente ou sobrenaturalmente, ele requeira de nós algum meio natural de nos proteger, tal como uma magnum A-44.


CONCLUSÃO

Espera-se que a maioria de nós faça o que for necessário para proteger a família de uma doença aguda, da pobreza desnecessária ou do ataque de um animal selvagem. Por que não agiríamos tão prontamente para proteger a nós mesmos e a nossa família de um intruso cuja intenção é má?

Não estou dizendo que todo o mundo deve ter uma arma de fogo na escrivaninha. Digo que a Bíblia permite a autodefesa. Deus nos concedeu o direito de usar os meios que julgarmos necessários para prover proteção para nossa vida, para a vida de nossa família e para a manutenção da propriedade.

O que você acha de tudo isso. Qual sua opinião a respeito do cristão e a autodefesa. Comenta e compartilha com seus amigos. Até a próxima.

Graça e paz!

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