POLIGAMIA É PECADO?

A BÍBLIA CONDENA A POLIGAMIA?

APRESENTAÇÃO

Deus permite a poligamia hoje? Podemos ter várias mulheres? Ou uma mulher ter vários homens? Por que Deus permitiu antigamente e não permite hoje? Deus mudou? A poligamia era pecado? Essas e outras perguntas irei responder agora. Eu sou Natannael Oliveira e vamos para O QUE A BÍBLIA DIZ.

DEDICATÓRIA

Dedico essa postagem a Miriam que me enviaram essa pergunta.

INTRODUÇÃO

A questão de poligamia na Bíblia é bem interessante porque a maioria das pessoas enxerga poligamia como imoral, apesar de que não podemos encontrar nenhuma passagem que explicitamente condena tal ato. O primeiro exemplo de poligamia na Bíblia foi Lameque em Gênesis 4.19: “E tomou Lameque para si duas mulheres…” Vários homens importantes na Bíblia eram polígamos. Abraão, Jacó, Davi, Salomão e outros tinham várias mulheres. Em 2 Samuel 12.8, Deus, falando através do profeta Natã, disse que se as esposas e concubinas de Davi não fossem suficientes, Ele teria providenciado ainda mais para Davi: "Dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas". Salomão tinha 700 esposas e 300 concubinas (esposas de um status inferior) de acordo com 1 Reis 11.3: "Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração". Como devemos lidar com esses exemplos de poligamia no Velho Testamento? Há três perguntas que precisam ser respondidas:
1) Por que Deus permitiu poligamia no Velho Testamento?
2) Como Deus enxerga poligamia hoje?
3) Por que houve uma mudança?
Vou responder essas três perguntas para chegarmos a resposta da pergunta inicial.

1. POR QUE DEUS PERMITIU POLIGAMIA NO ANTIGO TESTAMENTO?

A Bíblia não diz especificamente porque Deus permitiu poligamia. O melhor que podemos fazer é elaborar especulações “informadas”. Há alguns fatores importantes a serem considerados:

A) Sempre tem existido mais mulheres no mundo do que homens. Estatísticas atuais mostram que aproximadamente 50.5% da população mundial são mulheres, com homens sendo 49.5%. Ao supor que também era assim nos tempos antigos, e ao multiplicar por milhões de pessoas, haveria dezenas de milhares de mulheres a mais do que os homens.

B) Guerras nos tempos antigos eram muito brutais, com uma taxa de mortalidade muito alta. Isso teria resultado em uma porcentagem ainda maior de mulheres.

C) Devido a sociedades patriarcais, era praticamente impossível que uma mulher solteira providenciasse para si mesma. As mulheres frequentemente não tinham nenhuma educação ou treino. As mulheres dependiam de seus pais, irmãos e maridos para sua provisão e proteção. Mulheres solteiras eram sujeitas frequentemente à prostituição e escravidão.

D) A diferença significante entre o número de mulheres e homens teria deixado muitas, muitas mulheres em um situação muito indesejável.

Então, aparenta ser o caso que Deus permitiu poligamia para proteger e providenciar pelas mulheres que provavelmente não achariam um marido de outra forma. Um homem que tinha várias esposas providenciava e protegia todas elas. Enquanto acreditamos que esse não era o ideal, viver em um lar polígamo era melhor do que as outras alternativas: prostituição, escravidão, fome, etc. Além de proteção e provisão, poligamia capacitou um crescimento muito mais rápido da humanidade, realizando o comando de Deus: “Sede fecundos e multiplicai-vos povoai a terra e multiplicai-vos nela” (Gênesis 9.7). Homens são capazes de engravidar várias mulheres no mesmo período de tempo... causando um crescimento na humanidade muito mais rápido do que se cada homem pudesse produzir apenas uma criança a cada ano.

2. COMO DEUS ENXERGA POLIGAMIA NOS DIAS DE HOJE?

Mesmo quando permitiu poligamia, a Bíblia apresenta monogamia como o plano que mais se conforma com o plano ideal de Deus para o casamento. A Bíblia diz que a intenção original de Deus era para que um homem fosse casado com uma só mulher: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher [não mulheres], tornando-se os dois uma só carne [não várias carnes]” (Gênesis 2.24). Enquanto essa passagem está descrevendo o que o casamento é, ao invés de quantas pessoas estão envolvidas, o uso consistente do singular deve ser destacado. Em Deuteronômio 17.14-20: "Quando entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Estabelecerei sobre mim um rei, como todas as nações que se acham em redor de mim, estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o SENHOR, teu Deus, escolher; homem estranho, que não seja dentre os teus irmãos, não estabelecerás sobre ti, e sim um dentre eles. Porém este não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito, para multiplicar cavalos; pois o SENHOR vos disse: Nunca mais voltareis por este caminho. Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração se não desvie; nem multiplicará muito para si prata ou ouro. Também, quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está e diante dos levitas sacerdotes. E do terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o SENHOR, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. Isto fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não se e aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; de sorte que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel". Deus disse que os reis não deviam multiplicar esposas (ou cavalos ou ouro). Enquanto isso não pode ser interpretado como um comando para que os reis fossem monogamistas, ainda pode ser entendido que ter várias mulheres causa problemas. Isso pode ser visto claramente na vida de Salomão: "Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai" (1 Reis 11.3-4).

No Novo Testamento, 1 Timóteo 3.2,12: "É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, ESPOSO DE UMA SÓ MULHER, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar...  O diácono seja MARIDO DE UMA SÓ MULHER e governe bem seus filhos e a própria casa". E Tito 1.6: "No tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra". Dá “marido de uma só esposa” como uma das qualificações para liderança espiritual. Há certo debate em relação ao que essa qualificação significa. Se quiserem posso falar mais detalhadamente sobre esse texto em outra postagem (Deixa nos comentários se vocês querem). A frase pode ser traduzida literalmente como “homem de uma mulher só”. Se esta frase está ou não se referindo exclusivamente à poligamia, de forma alguma pode um polígamo ser considerado “marido de uma só esposa”. Mesmo que essas qualificações sejam especificamente para posições de liderança espiritual, elas devem ser adotadas igualmente por todos os Cristãos. Não devem todos os Cristãos ser “irrepreensível…temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento...” (1 Timóteo 3.2-4)? Se somos chamados a ser santos: "Porque escrito está: sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1.16), e se esses padrões são santos para os presbíteros e diáconos, então esse padrões são santos para todos.

Efésios 5.22-23, uma passagem que fala do relacionamento entre maridos e esposas, quando se refere a um marido (singular) também se refere a uma esposa (singular). “...porque o marido é o cabeça da mulher (singular)… Quem ama a esposa (singular) a si mesmo se ama. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher (singular), e se tornarão os dois uma só carne... cada um de per si também ame a própria esposa (esposa) como a si mesmo, e a esposa (singular) respeite ao marido (singular)”. Enquanto uma outra passagem paralela, Colossenses 3.18-19: "Esposas, sede submissas ao próprio marido, como convém no Senhor. Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargur". Refere-se a maridos e esposas no plural, é bem claro que Paulo está se dirigindo a todos os maridos e esposas entre os crentes de Colosso; ele de forma alguma está afirmando que um marido pode ter várias esposas. Em contraste, Efésios 5.22-33. Está descrevendo especificamente o relacionamento matrimonial. Se poligamia é permitido, toda a ilustração do relacionamento de Cristo com o Seu corpo (a igreja), e o relacionamento do marido com sua mulher, cai aos pedaços.

3. POR QUE HOUVE UMA MUDANÇA?

Não é uma questão de Deus desaprovando algo que Ele previamente aprovou, mas sim uma questão de Deus restaurando o casamento ao Seu plano original. Mesmo quando estudamos Adão e Eva (não Evas), poligamia não era a intenção original de Deus. Deus aparenta ter permitido poligamia para resolver um problema, mas era o Seu desejo que esse problema nunca tivesse ocorrido. Na maioria das sociedades modernas, não há necessidade alguma para poligamia. Em muitas culturas de hoje, as mulheres podem se proteger e providenciar para si mesmas – removendo o único aspecto “positivo” de poligamia. Além disso, muitas nações modernas declaram poligamia ilegal. De acordo com Romanos 13.1-7: "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faz o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, e mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendeno, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra". Devemos obedecer as leis que o governo estabelece. A única situação onde desobedecer a lei é permitido nas Escrituras é se a lei contradiz os comandos de Deus: "Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5.29). Já que Deus apenas permite poligamia, mas não faz dela um comando, uma lei que proíbe poligamia deve ser respeitada.

CONCLUSÃO

Será que existem algumas situações onde poligamia seria aceito ainda hoje? Talvez... mas é insondável que não existiria nenhuma outra solução. Devido ao aspecto de “uma só carne” do casamento, à necessidade de união e harmonia no casamento e à falta de uma necessidade verdadeira para a existência de poligamia, somos firmes na crença de que poligamia não honra a Deus e que não é o Seu plano para o casamento.

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Graça e paz!

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